sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ALEIJADINHO


























Walkiria Assunção
No início do século XX, houve quem começasse a descrever da real existência de Antôni9o Francisco Lisboa. A duvida prendia-se ao fato de ser atribuída ao mestiço de Vila Rica uma quantidade excessiva de obras arquitetônicas e escultóricas. Não era concebível que um único homem pudesse ter realizado tantos trabalhos e com tal mestria. Após muitas discussões e investiga~ções, chegou-se à conclusão de que todo o imenso conjunto das obras atiuídas a Antônio Francisco Lisboa devia ser resultante do esfôrço congregado de uma equipe de artífices.
Mas a conclusão não foi, ao que parece, das mais satisfatórias. Novas e acuradas pesquisas foram feitas, estabelecendo-se que o Aleijadinho não havia criado todas as peças a ele atribuídas, mas pelo menos uma grande parte delas. Descobriu-se isso consultando inclusives livros da época, contas e registros das igrejas para as quais ele trabalhara.
E, na pista da obra de Antônio Francisco Lisboa, levantou-se também sua biografia.
MANUEL FRANCISCO, SEU PAI.
A Portugal foram ter notícias da sua côlonia na America. Todas descreviam o Brasil como o paraíso sobre a terra. O lugar do ouro, da riqueza fácil, da natureza gentil, do clima suave. Muitos portuguêses largaram tudo, fizeram as malas e tomaram o rumo do sul. Um deles foi Manuel Francisco Lisboa, mestre em carpintaria. Escolheu para morar a capital da Capitania das Minas Gerais, Vila Rica, bem sobre a zona do ouro. Ali chegou em 1728 e logo encontrou trabalho, não só de carpintaria, mas também e sobretudo de arquiteto e escultor.
Sua primeira obra no Brasil foi a planta da matriz de Antônio Dias, bairro da Vila Rica. Esculpiu em madeira uma grande série de imagens religiosasa. Trinta anos de sua vida dedicou a esse tipo de trabalho, jamais abandonando a tônica sacra. Sua última obra foi realizada em 1766: o plano da capela da Ordem Terceira do Carmo, em Vila Rica.
Dois anos após ter-se estabelecido em Vila Rica, Manuel Francisco esposou Antônia de São Pedro, que lhe deu quatro filhos. Um deles, Antônio Felix de Sousa, ordenou-se padre e segiu, na arte, os passos de seu pai. A Igreja de Nossa Senhora do Rósário, em Vila Rica, tem mostra de seu trabalho de esta´tuário.
Antes de seu casamento, segundo alguns, ou em 1738, segundo a maioria dos biógrafos, Manuel Francisco teve, de uma negra escrava, um filho natural, Antônio Francisco Lisboa. Ao bastardo transmitiu, além do nome, uma série de conhecimentos profissionais.

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